domingo, 20 de junho de 2010


Foto de Sebastião Salgado
Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco

Fotógrafo brasileiro
Sebastião Salgado
20/06/2010
Publicação: Daisa Tertuliano

Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro reconhecido internacionalmente

"Quis provocar um debate sobre o estado do planeta. Esta globalização de que tanto se fala não são apenas cifras. Também são pessoas que estão sendo globalizadas. Deixaram-me fotografá-las, tenho a responsabilidade de mostrar estas imagens da maneira mais ampla possível. É uma exposição global."No ano 2000, quatro cidades no mundo abrigaram ao mesmo tempo a exposição "Êxodos", do fotógrafo Sebastião Salgado. Salgado passou sete anos retratando migrantes, excluídos, marginais e miseráveis - gente sofrida do mundo inteiro.Filho de pecuaristas, Sebastião Salgado é o único filho homem entre sete irmãs. Mudou-se para São Paulo para estudar economia na Universidade de São Paulo, tornando-se mestre em economia em 1968.Em Paris, passou a estudar na Escola Nacional de Estatísticas Econômicas, onde obteve o doutorado em 1971. Passou a trabalhar na África, para a Organização Internacional do Café, atividade a que se dedicou até 1973.De volta a Paris, iniciou começou a trabalhar como repórter-fotográfico free-lancer. Passou depois a trabalhar para agências de prestígio, como a Magnum Photos, em 1979.De 1979 a 1994 dedicou-se a vários projetos, entre os quais a cobertura da guerra de Angola, o seqüestro de israelenses em Entebe e o atentado ao presidente Ronald Reagan, dos EUA.Viajando pela América do Sul, captou imagens que resultaram na exposição e no livro "Outras Américas", em 1986. Em 1993 dedicou-se a um projeto sobre a extinção do trabalho manual, em 26 países, do que resultou o álbum "Trabalhadores".Sebastião Salgado fundou sua própria agência, a Amazonas Images, em 1994, e realizou diversas viagens para documentar populações marginalizadas de 41 países. As imagens desse projeto foram reunidas na exposição "Êxodos", em 2000.Sebastião Salgado é um fotógrafo reconhecido internacionalmente e já recebeu os principais prêmios de fotografia do mundo. Vive em Paris, casado com Lélia, e tem dois filhos, Juliano e Rodrigo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

UM NOVO HORIZONTE NA CRIAÇÃO


Acordamos. Pouco depois de calarmos o despertador, as notícias vão-nos entrando despedaçadas pelos ouvidos dentro, no meio da nossa luta contra o sono. Fica-nos na memória o resto de uma reportagem sobre o caso Madie. No metro, no autocarro ou ao chegar à faculdade alguém nos dá um gratuito. Os olhos correm pelas poucas páginas daquele jornal. A morte de frio de um sem abrigo provoca um breve momento de incomodo. Guardamos o jornal na mochila para aproveitar o sodoku para uma aula teórica. Depois das aulas, vamos à sala de informática. Vemos os mails. Abrimos o messenger. Ao nosso lado, um professor lê o Público. Continuam a aumentar as vítimas do terrorismo. Na nossa cabeça ressoa uma pergunta: como se pode lutar assim? À noite, enquanto cumprimentamos a nossa mãe ao chegar a casa, ouvimos o Rodrigo Guedes de Carvalho, na Sic, falar de uma descoberta qualquer que pode ajudar os doentes de SIDA. À noite, ao voltar do cinema o olhar de um personagem fica gravado na memória.Muitas vezes é assim que o mundo nos entra pelos sentidos. Mais ou menos aos pedaços. Como peças de um puzzle que temos dificuldade de encaixar.